31 de mai. de 2008

O caso do velho

Aconteceu sexta-feira no metrô. Depois da normal confusão de entrada na Sé sentido Corinthians-Itaquera, às 2 horas da tarde (não é pico, mas está sempre cheio), um senhor em pé, bem idoso, com aparelho de audição e todos os fios brancos começou a gritar com um jovem que estava sentado no banco reservado: "Você é um idiota sem educação, um besta, um sujo, eu vou meter a mão na sua cara" e blá blá blá.

O rapaz sentado apenas dizia "bate então". E o velho revoltado: "você acha que eu não tenho coragem??? Você vai ver quando a gente sair daqui, eu vou quebrar a sua cara". A cena era ridícula, o velho estava para ter um ataque. Aí então, em voz alta, ele começou a explicar o acontecido. Disse que pediu pro menino dar lugar pra senhora com a criança no colo, e que o menino achou ruim. Então, ele pediu desculpas com um tapinha nas costas e o menino mandou não encostar. Foi aí que começou a confusão. E o velho voltou a gritar com o menino.

"Você sabe que esse banco é pra idoso ou mulher com criança no colo?", perguntou o velho. A resposta foi "eu sei dos meus direitos, senhor". "Não vai me dizer que você é aleijado?!". Nessa hora, o menino que estava sentado com um guarda-chuva entre as pernas, sentou o guarda-chuva na cabeça do velho e a confusão começou. Todo mundo começou a xingar o menino, ficaram do lado do velho e me falaram pra segurar a porta, coisa que não consegui. A mulher então quebrou o "alerta" de segurança e assim que parou no Brás, os guardas já estavam lá.

O velho se sentindo com a razão, apoiado por todos foi em direção ao guarda. E o povo apontava "é ele o rapaz". O guarda falou então pro rapaz sair do metrô e quando ele saiu, pra surpresa geral, ele tinha problema na perna sim e por isso, tinha direito sim de se sentar no banco reservado sem ter que ficar dando maiores explicações pro velho. As portas do metrô se fecharam e o caso ficou pra trás, mas agora os comentários eram outros. Todos diziam como o velho era intrometido, que ele estava errado e blá blá blá.

Moral da história? Se cada um cuidasse da sua própria vida, ah como seria bom...

2 comentários:

Tata disse...

É por isso que eu não sento em banco cinza nem que o metrô esteja deserto!

Mas que emoção! Eu sempre quis ver o botão vermelho sendo apertado! Eu fico analisando o lacre e penso que ele é tão difícil de romper!

Unknown disse...

Nossa, eu queria ter visto isso...
É verdade! Se cada um cuidasse da sua vida, seria bem mais fácil... agora, por exemplo, tem um monte de urubu cuidando da minha.