8 de mai. de 2008

Meu medo.

Cada um é único e diferente de todos os outros. Acho que a gente escolhe uma base que serve para tudo que fazemos na vida. Princípios? Destino? Eu não sei. Dá pra mudar? Eu também não sei. Sei que essas diferenças fazem justamentes mães, diretores de multinacionais, catadores de lixo, caixas de lojas de shoppings e por aí vai.

Tem gente que usa a alegria de base. Tem gente que é o pessimismo, outros o otimismo. Pra alguns a atitude, outros o coração. E eu, infelizmente, escolhi o medo. Não faço nada, absolutamente nada sem ter medo.

Eu tenho medo de conseguir e não mostrar que sou capaz. Tenho medo de não conseguir e antes mesmo de tudo começar ser uma derrotada. Tenho medo de não dar certo na vida e tenho medo de arriscar qualquer coisa. Tenho medo de ir na padaria. Tenho medo de barata. Tenho medo de me olhar no espelho e de repente, começar a derreter a minha imagem, ou sei lá o que pode estar dentro do espelho. Se tá todo mundo dormindo, eu não escovo os dentes olhando pro espelho, tenho medo.

Tenho medo de perder a minha mãe e me afasto dela, pois seria mais fácil se não tivéssemos tanto contato. Às vezes, penso que se eu perder a minha mãe é melhor termos vivido intensamente, então deito com ela e abraço como se fosse o último abraço. Que loucura essa minha, só uma tremenda fatalidade tiraria minha mãe de perto de mim agora...

E assim eu condiciono a minha vida pelo medo. E por que eu não mudo? Porque eu tenho medo. Tenho medo das pessoas e de ouvir não. Tenho medo de assumir um cachorro que eu tanto quero e não dar conta. Tenho medo de estar em uma sala com pessoas e as pessoas surtarem e começarem a me atacar. Mas alguém no mundo senta do lado de uma pessoa no ônibus e acha que a qualquer momento ela vai tirar uma faca ou te enfiar uma agulha?

Eu subo e desço a escada com medo de tropeçar e cair. Minha mãe disse que eu sou cautelosa, que meu medo é bom. Alguém sabe como é horrível, toda vez que desce uma escada se imaginar lá em baixo sangrando e então opta por colocar a mão no corrimão? Eu tenho medo, mas penso se não seria legal. Diferente é a palavra certa. Aí retomo a consciência e penso que seria só pra chamar atenção, então guardo meus pensamentos e fico na minha. Eu acho que eu tô pirando.

É bom escrever. Tem gente que vai ler e pensar "ai, que saco, que exagero". Eu prefiro não conversar sobre essas coisas com ninguém, ninguém gosta de ouvir, é chato. Se eu ficar muito mais tempo em casa, eu endoido. Acontece que com o medo, as coisas não vão pra frente. Nada dá certo. Eu tenho medo, e ele me prova que eu estava certa, que não daria certo mesmo. E o ciclo não muda e eu fico aqui. Esperando, porque eu não sei o que fazer pro medo passar.

3 comentários:

Tata disse...

Nossa, que medo desse post!

Unknown disse...

Sabe qual é meu único medo agora? Perder mais alguém que eu amo. Por isso, todos os dias eu peço (não sei, pode ser que alguém me escute) pra ir embora antes de todo mundo. E disso eu não tenho medo... muito pelo contrário...

Anônimo disse...

Posso te confessar uma coisa?
Também tenho muitos medos e alguns deles sem razão. E também não conto pra ninguém pois vão achar que sou maluca.
Faça o possível pra pensar sempre positivo quando seus medos surgirem. E peça sempre a proteção divina para afastá-los de vc.