26 de out. de 2007

Meu lado nerd

Lembro como se fosse hoje. Seis anos, primeira série, primeira prova de Ciências. Tensão total. Na última pergunta tinha um desenho do sistema solar e um espaço branco em baixo de cada planeta. Eu tinha estudado, me sentia preparada. Era só responder e pronto. Mas eu não lembrei... Eu engasguei em Saturno e depois dele só lembrava de Plutão (achava o nome engraçadinho). Como eu não lembrava? Comecei a chorar bem no meio da prova. A Professora Ivete veio até mim e perguntou o que estava acontecendo. Eu fiquei meio sem graça e disse... Ela então me explicou que eu não era obrigada a responder tudo que estava na prova, que era pra responder o que eu sabia e que eu receberia uma nota pelo que sabia. Fiquei alíviada, achei que a obrigação era saber tudinho, mas eu podia deixar umas em branco, só não podia olhar a prova do colega.

Um ano mais tarde, eu descobri o que era cola. Em uma divertida prova de Inglês, tínhamos que pintar a pêra da cor da pêra e a maça da cor da maça. Eu já tinha terminado minha prova, mas a Roberta tinha esquecido a caixa de lápis de cor. A Professora deixou que eu emprestasse a minha e assim eu fiz. Abri o meu super estojo até a mesa dela (toda criança de infância feliz já teve um desse, que é grande, tem lápis de cor e canetinha e desdobra em pelo menos 4 partes) e deixei que ela usasse meus lápis. A anta da Roberta, pegou o lápis vermelho e começou a pintar a pêra (burra!) e eu, instintivamente, falei (muito) alto: "você tá pintando errado!". A professora foi mais rápida: "Cindy! Não pode passar cola!". Eu juro que pensei "mas não é cola, professora, é lápis de cor", mas vi que o que eu tinha feito era muito errado e que não era da pritt que ela estava falando. A partir desse dia, eu decidi que nunca mais ia passar cola e nem colar.

No colegial não teve jeito. Sempre fui péssima em história e chegar na prova com todas as questões decoradas da prova já resolvida pelo Dexter ou pelo Jefferson era irresistível. Me sentia uma idiota, repetindo "cdabdce" até decorar, enquanto torcia pra prova ser igual. Colar com a Taís era fácil. As provas de química eram diferentes. Eu e a Taís sentávamos no fundo e ela me falava bem baixinho o enunciado das questões de orgânica e eu ia resolvendo na minha prova. Ela olhava o resultado final e procurava a alternativa correspondente. Em matemática, a Profª Terê sempre ia dar uma voltinha e nesse tempo, a Taís fazia uma revisão geral das provas em volta e até me avisava quando eu tinha feito algo errado. Eu só nunca consegui falar durante uma prova. Nem olhar muito pro lado. Eu já fui até muito mau, a ponto de colocar minúsculos pontinhos do lado da alternativa correta pra ninguém colar de mim. Geralmente, eu me fecho em cima da prova e fica quase impossível de alguém espiar.

Na faculdade o esquema continuou. Eu tive que opercular em cima das provas, por causa de uma menina que depois vinha querer saber porque eu errei. Arghhh. E nas provas práticas ela achava que eu ia ficar dando resposta assim, de graça. Ficar sabendo das provas da manhã e vice-versa é básico, mas na faculdade não funciona muito bem, geralmente os professores colocam pegadinhas já sabendo que a gente consultou o pessoal da manhã. Eu sei que durante toda minha vida, nunca fui boa nessa coisa de cola. E quer saber? Não fez muuuita falta... Mas pra quem enche o saco que eu não passo cola,que reclame com a professora da segunda série!

3 comentários:

Rubens XD disse...

Na minha opinião, na faculdade já é tenso esse rolê de pedir cola e tals, pq o próximo passo é o mercado de trabalho, e lá não vai ter ninguém do lado pra você pedir cola!

Mas, ignorem minha opinião, nem faculdade eu fiz ainda! hehehehehe

Danilo "Minduim" disse...

Depois que eu comecei a faculdade eu tive umas 5 provas só... =D

Unknown disse...

Colar é muito feio, acho que as pessoas devem assumir o que não sabem e o que erraram.
hahahahahahahahahahaha
Cindy! Vc precisa me ensinar a fazer um template bonito tbm!