2 de mar. de 2008

Só salão de beleza?

Nasci praticamente dentro de um salão de beleza. Minha mãe dividia o tempo entre tesouras e mamadeiras e sempre fui acostumada com esse ambiente. Nunca outra pessoa cortou meu cabelo ou me fez depilação. Faço as unhas nos horários que não atrapalha as clientes e ouço de muitas pessoas "ai, como eu queria ter uma mãe cabeleireira".

Sim, de fato, é ótimo. Apesar de que casa de ferreiro... E santo de casa... Mas não é sobre isso que é o post. Todos sabem que em salão, o que mais tem é conversa fiada. E eu achava que era só isso, mas nesses últimos meses, pra levantar uma graninha e não ficar tanto tempo coçando, tenho ajudado minha mãe e percebi que a tal conversa fiada vai muito mais além do que imaginava.

Ela chega cansada, correndo, dá um oi geral e senta pra fazer as unhas. Coloca a bolsa do lado e dá uma desculpa qualquer pela unha quebrada. A partir daí, começa a sessão. Fala-se sim sobre o que tá passando na tv e o que aconteceu no Big Brother, mas as pessoas usam esses momentos para principalmente, desabafar. Contar sobre o filho que anda meio sem jeito, o marido que andou galinhando por aí, os pais que enchem o saco demais.

Acredito que a função mais importante da minha mãe e das manicures é ser boa ouvinte. Elas proporcionam às pessoas aquilo que elas mais querem: sentirem-se mais bonitas e verem realizado aquele momento unicamente dedicado a elas mesmas. E aproveitam pra desabafar, pra dividir as inúmeras alegrias e sentem que alguém está dando atenção. Acho que até, devido à situação, elas ficam mais suscetíveis a aceitar conselhos.

Quantas pessoas eu já não vi entrar pela porta de um jeito e sair pelo menos uns 20 kilos mais leve. Algumas dão uma passadinha e fica claro, que elas só queriam um ouvido e a verdade, que elas sabem, mais tem dificuldade de aceitar. Visitar a cabeleireira ou fazer as unhas vira de repente uma deliciosa terapia. Por isso eu acho que isso aqui é muito mais que um salão de beleza.

Admiro demais o trabalho da minha mãe. Ela consegue realmente deixar as pessoas mais bonitas. E segundo ela, a satisfação não tem preço. Não conheço ninguém que goste tanto de trabalhar como ela.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa quecoisa, eu tb tenho de certo modo cresci em uma salão de cabelereiros, e olha só, não virei viado, hehehe. Mais meu pai, nem tanto meu irmão, era um pouco psicológo, acho que essa materia deveria ter na formação de um cabelereiro, hehehe.

Unknown disse...

É que o salão do seu pai provavelmente era mais frequentado por homens, Du... E homem, vc sabe, só desabafa no balcão do boteco... hahahahahaha
"Não conheço ninguém que goste tanto de trabalhar como ela."
Ora, eu!! =P