4 de out. de 2010

Dia 1

Parecia que as escadas rolantes da Barra Funda estavam tão triste quanto eu. O caminho para o Palestra, a viagem para o Wet, as ligações de sinal ruim.

O dia cheirava um cheiro sem cheiro.

Os dedos formigavam de um jeito que só ressaltava a sensação de anestesiamento do corpo todo.

O horóscopo se calou. Parece que respeitou o momento e hoje, só hoje, mencionou o quanto tudo será bom profissionalmente.

O telefone nem ameaçou tocar. Até os spams deram uma trégua.

A pergunta veio várias vezes durante o dia: "Por que você fez isso mesmo?". E a resposta vinha em forma de olhos marejados seguidos de um disfarce sutil.

Muitas lembranças. Muitas coisas que deveriam ter sido lembradas em muitas outras situações para se evitar chegar ao ponto que chegou.

Muitos suspiros. E uma saudaaaade que parecia chegar a queimar a pele.

Um abraço que não veio de ninguém. Não sabemos nada além da nossa própria vida. Nenhum abraço adiantaria e ninguém entenderia.

Um medo do amanhã. Talvez dos próximos minutos.

Talvez a borboleta sinta tudo isso quando a gente ouve a história do casulo.

2 comentários:

Amanda Mirasierras disse...

Cindy, Cindy, não se esqueça: tudo passa. As coisas boas e as ruins, tudo passa rápido demais.
E aqui vc vai ter sempre um abraço, viu? Vem aqui em casa, prometo ter abraço, bolo quentinho e um sofá bem confortável. =)

Tata disse...

Let it be!