Não sei bem dizer quando criei uma repulsão por cartas.
Há muito tempo atrás, eu costumava escrever quando tinha algum problema. A coisa ficava mais problemática ainda... Sem conversas, só cartas.
Já escrevi cartas pra dizer que amo, que gosto, que admiro, que odeio. Achava que quando a gente escrevia, a coisa se tornava real, depois percebi que é muito mais real quando a gente sente, não quando a gente escreve. Aí passei a guardar mais as palavras ditas e não levar as escritas tão em consideração.
Teve até uma fase de cartas muito divertida. Eu e a Taís, em classes diferentes, escrevíamos o que estava acontecendo na vida, cheia de coisas que estavam acontecendo na aula. Nessas aí estão os friozinhos na barriga, os sonhos, os desejos, as aulas chatas da Marinez e da Lucy. A gente estudava juntas a tarde, por que as cartas? Coisa da adolescência...
Com o passar do tempo a coisa foi ficando sem sentido. Talvez seja a falta de tempo. Talvez seja muito melhor dizer eu te amo do que escrever. É legal deixar tudo ali registrado, mas acho que agora eu prefiro deixar na lembrança só as coisas realmente importantes e ignorar o todo. Assim, os cartões ficam bem mais legais e por que não um desenho?
“...e apesar de às vezes você enjoar legal de mim (q eu sei), e ficar bem irritadinha por ter que olhar pra minha cara por + de 3 dias inteiros (normal!), eu ainda assim fico muito lisonjeada de ter evoluído de “uma tal de Taís” pra “Tata” (quem é esse pokémon?)...”
Legends from the Sky (2015)
Há 9 anos